Ciclofaixa no Guará 2 – por que não?

Carta aberta ao Jornal do Guará. Este texto foi originalmente escrito como e-mail ao Jornal do Guará e nunca teve resposta.

Caros responsáveis pelo Jornal do Guará,

Protesto contra o conteúdo da matéria sobre a ciclofaixa no Guará 2, “esquecimento proposital”, que demonstra preconceito e uma visão atrasada de mobilidade urbana. Nas melhores experiências do mundo, o espaço para o carro vem sendo progressivamente reduzido. Em Paris, Madri e outras cidades grandes na Europa e mesmo na América Latina, mais espaço para amplas calçadas e ciclovias são construídos ao passo que carros vão sendo excluídos do espaço urbano. Isso traz uma vivência urbana mais humanizada, mais segura, agradável, saudável, ao estimular o caminhar e outros modais ativos. Além disso, o transporte de massas há décadas é concentrado em modais coletivos nessas cidades, a exemplo do ônibus, do metrô, do VLT. 

A ciclovia instalada no Guará 2 é diminuta, curta. Deveria até ser mais extensa, abrangendo todo o bairro, começando pela sua avenida central. É o exato oposto daquilo que é defendido neste Jornal. Ela (ciclovia) retira espaço do carro? Obviamente, mas eis o processo de avanço civilizacional que deveríamos buscar em Brasília, não o contrário. Temos de estimular que mais guaraenses deixem seus carros e pedalem, caminhem ou usem o coletivo no dia a dia. Isso vai gerar transtorno no começo? Sim, pois a estrutura não está adaptada e os hábitos também não, mas é preciso começar. 

Fonte das imagens: Jornal do Guará | https://jornaldoguara.com.br/2022/04/21/ciclofaixa-do-guara-ii-e-agora-o-que-fazer/

Se quiserem mais informações a respeito da mobilidade ativa, podem me indagar, mas por favor, não defendam o retrocesso na vida urbana via glorificação do automóvel, via inércia cultural de simplesmente continuar aquilo que “vimos fazendo desde sempre” sem nenhum senso crítico que desperte para o caos cada vez pior do trânsito na capital, porque centrado no transporte individual motorizado. Isso será o fim das nossas cidades, do meio ambiente, da nossa vida saudável. 

Obrigado. 

Allan 

Deixe um comentário