Propostas – mobilidade urbana


Redução do limite de velocidade

Com uma política séria de mobilidade urbana, focada na segurança no trânsito e em incentivos a modos alternativos ao automóvel, podem-se obter avanços significativos. Medidas simples e baratas podem ser implementadas para dar maior segurança, especialmente a quem caminha e pedala, como a redução do limite de velocidade nas vias.

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A região central de Brasília é cortada pelo Eixão, via expressa sem semáforos em que o limite teórico de velocidade é de 80 km/h (muitos motoristas ultrapassam os 100 km/h nos trechos fora do alcance dos radares). A simples redução do limite para 60 km/h traria ganhos significativos na segurança e mesmo na fluidez ao longo da via.

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Eixão: via expressa que representa um muro a pedestres e ciclistas

Mas, infelizmente, o Governo do Distrito Federal não tem prevista qualquer ação no sentido de reduzir os altos limites de velocidade. Por meio de solicitação de informações, questionou-se ao Detran sobre a existência de proposta de redução dos limites de velocidade e de implementação de medidas de moderação de tráfego. A resposta obtida no primeiro semestre de 2015 foi direta: “Não existe até o presente momento um estudo direcionado à redução dos limites de velocidade de forma generalizada”.

O Distrito Federal está na contramão da tendência moderna de limitar a velocidade. As capitais europeias investem, já há algumas décadas, em segurança no trânsito e muitas vias urbanas têm limite baixo – de 30 km/h – para garantir segurança e incentivar as pessoas a caminhar e pedalar.

Em São Paulo a velocidade nas vias vem sendo reduzida, e já se constatou queda nos acidentes e mortes no trânsito. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-SP) elaborou estudo e proposta detalhada para redução dos limites de velocidade. Assim, o atual prefeito dá continuidade ao programa de redução de velocidade iniciado em 2011.  (Estudo da CET-SP disponível em: http://www.cetsp.com.br/media/388004/relatorioreducaovelocidadesfev2015.pdf)


Faixas elevadas de travessia

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Medidas de moderação de tráfego (“traffic calming”) são adotadas em cidades com política pública de mobilidade voltada à segurança no trânsito e à restrição do transporte automotivo. Com a instalação de faixas elevadas busca-se aumentar a segurança na travessia e, ao mesmo tempo, restringir a velocidade dos veículos motorizados.

Há alguns anos, em Brasília, vias como a W1 (que passa entre as quadras 100 e 300) e a W4 (entra as quadras 700 e 900) apresentavam elevação nas faixas. Mas a falta de uma política permanente de segurança no trânsito, aliada aos programas de recapeamento viário, eliminaram as faixas elevadas.


Continuidade de calçadas e ciclovias

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Apesar da alta quilometragem de ciclovias no DF (estimada em 460 km), não se pode afirmar que se trata de um sistema cicloviário, pois as ciclovias apresentam problemas básicos e graves: descontinuidade, ausência de iluminação, buracos e desníveis, falta de sinalização de alerta aos motoristas; fiscalização inexistente contra as infrações motorizadas; ausência de policiamento com bicicleta.

A propaganda de Brasília como capital das ciclovias se desfaz numa curta pedalada pela cidade. Claramente as ciclovias foram construídas em locais fáceis, com amplo espaço disponível, a exemplo da ciclovia no Eixo Monumental. Mas nos locais com menor espaço livre ou com estacionamentos no caminho, as ciclovias simplesmente desaparecem, e não há qualquer caminho ou sinalização para garantir segurança mínima aos ciclistas.

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Cena comum: descontinuidade de ciclovia em locais com estacionamentos

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Exemplo de ciclovia sem continuidade

Os questionamentos espalhados pelas vias do DF não deixam dúvida: um sistema cicloviário de verdade, com continuidade no caminho, é de extrema necessidade para dar segurança a quem deixa o carro em casa e opta pela bicicleta.

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Em vídeo produzido por Uirá Lourenço nas pedaladas diárias casa-trabalho, pode-se constatar a falta de continuidade e o desrespeito dos motoristas:

Brasília: capital das ciclovias (versão curta: 16 min.)

Um estudo detalhado da ciclovia da W4/W5 Norte, via ao longo da qual existem diversos colégios e faculdades, são apresentados os problemas no caminho e as possíveis soluções para garantir continuidade no caminho, conforto e segurança a quem caminha e pedala:

http://www.mobilize.org.br/estudos/205/analise-da-ciclovia-asa-norte.html