A Amsterdã dos trópicos

Texto e fotos: Uirá Lourenço

Apesar do calor intenso, Belém tem ares europeus. E não é apenas pelas praças e pelo teatro inspirados nas capitais europeias e erguidos no apogeu do ciclo da borracha.

A semelhança com a Europa também é observada nas ruas: as bicicletas estão por todos os cantos, para a venda de salgado, mingau, água mineral e gás de cozinha. Para o transporte de carga e de pessoas.

Bicicletas para o transporte de carga e de pessoas.

Na área central ou nas áreas mais afastadas, elas estão sempre presentes, circulando ou estacionadas em postes, árvores e lixeiras. Quando existem, os bicicletários ficam lotados.

Bicicletas estacionadas em frente a prédio em obras no centro de Belém.

Nas ruas, as bicicletas levam trabalhadores e famílias inteiras, misturados e sufocados pelo intenso fluxo de carros, motos e ônibus. Nas escassas avenidas com ciclovias formam-se congestionamentos de ciclistas.

Fluxo intenso de ciclistas por toda a cidade.

Se não fosse pelo calor e pelo excesso de carros, ao visitar Belém um turista distraído poderia se imaginar na longínqua Amsterdã.

– Galeria de imagens da cultura ciclística em Belém (Fotos Públicas):

https://fotospublicas.com/as-bikes-de-belem/

6 comentários sobre “A Amsterdã dos trópicos

  1. Muito interessante a observação sobre Belém. Realmente, apesar de a cidade ainda estar longe de apresentar uma infraestrutura adequada para incentivar ainda mais o uso das bikes, muitas pessoas têm esse meio de transporte como principal alternativa para se deslocar ao trabalho. Recomendo que busques na internet por uma cidade que se chama Afuá, também no Pará. Muito interessante

    Curtido por 1 pessoa

      • Comte, como ocorre em outras cidades brasileiras, há muita impaciência e intolerância contra pedestres e ciclistas. Isso fica nítido nas rodovias nas proximidades de Belém. Uma enxurrada de pessoas a pé e de bicicleta tenta atravessar as estradas, mas em muitos pontos é uma tarefa heroica por conta do excesso de carros e motos em alta velocidade.
        Como se percebe nas demais cidades – em especial na automotiva Brasília, com suas vias expressas –, falta empatia e os motorizados não reduzem a velocidade nem facilitam a travessia das pessoas.

        Curtir

    • Obrigado pelo comentário, Victor. Mesmo com poucas ciclovias e ciclofaixas o povo pedala muito. E muitas vezes as bicicletas estão carregadas – de gente e de mercadorias.
      Sim, já li sobre Afuá e ainda irei visitar um dia. O acesso parece não ser muito fácil. Salvo engano, é mais fácil chegar por Macapá do que por Belém.

      Curtir

  2. Um fato que chama atenção e que também ocorre em outras cidades é a má distribuição do espaço urbano. Em muitas ruas e mesmo em avenidas importantes se permite o estacionamento de carros nos dois lados. Daria facilmente para criar mais ciclofaixas em um dos lados e, assim, garantir maior segurança e comodidade aos ciclistas.
    Nas duas últimas fotos inseridas no texto dá para notar situações opostas: uma rua com ciclofaixa e os ciclistas andando sem conflitos; uma avenida com carros estacionados nos dois lados e três ciclistas passando espremidos entre os carros.

    Curtir

Deixe um comentário