Uirá Lourenço
O uso da bicicleta no dia a dia, como meio de transporte, tem sido promovido em cidades de todo o mundo. Em tempos de mudanças climáticas, aumenta o apelo por esse meio de transporte simples, barato, silencioso e saudável.
Na condição de usuário frequente da bike há mais de duas décadas, posso garantir que ela traz ganhos enormes para a saúde física, emocional e financeira. No trajeto diário me exercito e não estresso na busca por vaga de estacionamento.
Mais pessoas pedalando na cidade significa menos carros, menos poluentes e barulho. Nas cidades da Holanda – com muitos caminhos seguros, bicicletários e conexão com trens e ônibus – pessoas de todas as idades pedalam alegremente. Pelas ciclovias também se veem pessoas com deficiência em triciclos e quadriciclos.
Esse é o caminho da mobilidade moderna e a capital federal deveria ir nesse rumo, em vez de insistir na lógica rodoviarista de ampliar pistas e construir viadutos para os carros.
Brasília tem grande potencial para a bicicleta, com relevo plano e uma quantidade razoável de ciclovias. É verdade que ainda faltam conexão e iluminação nas ciclovias. Bicicletários espalhados pela cidade, travessias seguras e menor limite de velocidade seriam um grande auxílio aos ciclistas.
Mas o entrave parece ser mais cultural: largar o carro e testar novos meios, incluindo a caminhada, a bike, o ônibus e o metrô. Mesmo em curtas distâncias o carro ainda é muito usado na cidade.
Fica o convite para um pedal de teste pela cidade. No caminho você poderá apreciar belas árvores, corujas e curicacas.
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Artigo escrito para o jornal Correio Braziliense por ocasião do Dia Nacional do Ciclista (19 de agosto).
